A inauguração foi nesta sexta-feira (5) e contou com a presença do governador do Rio.



06/06/09 Assesoria de comunicação do Governo do Estado

O governador Sérgio Cabral, acompanhado do secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, e do reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, inaugurou, nesta sexta-feira (5) o primeiro núcleo do Complexo Ecomuseu da Ilha Grande: o Museu do Cárcere. O espaço ocupa quatro salas remanescentes da antiga Colônia Penal Cândido Mendes, mais conhecida como o presídio da Ilha Grande, totalmente restauradas. O equipamento abriga, a partir de hoje, a primeira exposição fotográfica sobre a história e a cultura da ilha ao longo dos 100 anos de atividades das diferentes instituições carcerárias que ali funcionaram.

Quem visitar o Museu do Cárcere, localizado na Praia do Presídio (Enseada Vila Dois Rios, a 12 quilômetros da Vila do Abraão) conhecerá a história do presídio da Ilha Grande entre 1894 e 1994 - uma história que se mistura à trajetória política e dos direitos civis no país. A exposição exibe aspectos históricos e culturais da ilha e relaciona o contraponto entre a sua beleza e a condição de isolamento, fatores que compunham, ao mesmo tempo, um paraíso e um obstáculo feroz à liberdade para os encarcerados.

A sala de exposições ocupa o prédio em que funcionava a padaria do antigo presídio. Ali ainda permanece o velho forno à lenha, que chegou a produzir pães diariamente para mais de mil presidiários, e duas máquinas de virar massa. A entrada do Museu do Cárcere fica no que sobrou da demolição do presídio, que é exatamente sua porta principal. Por ali passaram contraventores, mas também presos políticos durante a ditadura.

- Esse museu é uma obra fantástica feita em parceria com a Uerj e que vai permitir um turismo de qualidade à ilha, integrado à ecologia e ao conhecimento. Hoje, essa exposição é sobre os 100 anos do presídio, mas, amanhã será de outro assunto. Este é um ecomuseu, que vai receber vários tipos de exposições, sobretudo de elementos ligados à Ilha Grande – disse o governador Sérgio Cabral.

Para o secretário Alexandre Cardoso, o Museu do Cárcere hoje representa o primeiro polo de uma mudança de cultura do turista e visitante de Ilha Grande.

- Mudar o perfil do turismo da ilha representa mudar a forma de preservar o meio ambiente, com este plus cultural-acadêmico-científico que hoje entregamos. A partir da abertura do museu, o turismo na ilha não se restringirá somente ao lazer, às caminhadas, trilhas e banhos de mar e cachoeiras. Haverá a oportunidade de conhecer também um pouco da história e o patrimônio ecológico de Ilha Grande. Valorizamos o todo, oferecendo uma finalidade turística e, o melhor, com a cultura da preservação no mesmo pacote. Na realidade, agora há um novo motivo para se conhecer o local: a cultura e a ecocultura de Ilha Grande, juntas – explicou Cardoso.

O governador Sérgio Cabral e o secretário Alexandre Cardoso foram homenageados, com placas comemorativas, pelo apoio à construção da primeira fase do Complexo Ecomuseu
As obras do Ecomuseu estavam paradas e só foram retomadas em 2007. A Secretaria de Ciência e Tecnologia, por meio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), destinou cerca de R$ 190 mil para a construção do Museu do Cárcere. A Uerj também entrou com recursos próprios para finalizar a obra.

O complexo Ecomuseu não se resume ao Museu do Cárcere. Ele é, na verdade, a própria Ilha Grande, com sua população e seus patrimônios histórico, cultural e natural. Ao contrário dos museus convencionais, seu acervo está em permanente interação e construção, já que é formado pelo meio ambiente e pelo respeito à natureza. Além do Museu do Cárcere, futuramente haverá mais três núcleos: o Parque Botânico, o Museu do Meio Ambiente e o Centro Multimídia.

Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Em 1994, o Governo do Estado concedeu à Uerj a cessão de uso da Colônia Penal Cândido Mendes pelo período de 50 anos. Em 1998, foi inaugurado o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (Ceads), núcleo multidisciplinar que realiza projetos que envolvem atividades de ensino, pesquisa e extensão voltadas aos estudos, ao monitoramento ambiental e à qualidade de vida.


No centro de estudos são realizados projetos ambientais em 12 áreas de conhecimento: Antropologia, Botânica, Ecologia, Educação Ambiental, Educação em Saúde, Engenharia de Pesca, Farmacologia, Geociências, Nutrição, Oceanografia, Sociologia, Zoologia. O Centro ainda mantém uma base avançada na Área de Proteção Ambiental dos Tamoios, na Ilha Grande, onde realiza pesquisas científicas e tecnológicas com foco em desenvolvimento sustentável.

A estrutura do Ceads foi planejada para receber pesquisadores de todo o Brasil e do exterior, com alojamentos para cerca de 30 pessoas. A última etapa que faltava no seu planejamento foi inaugurada agora, com o Ecomuseu.

1 comentários:

  1. SERÁ QUE OS ANTIGOS FUNCIONÁRIOS E SEUS DESCENDENTES QUE LÁ NASCERAM VÃO SER LEMBRADOS? ELES TEM MUITAS HISTORIAS PARA CONTAR

    ResponderExcluir

"Todos os comentários são moderados e, por isso, não entram no ar automaticamente, em tempo real. Não são aceitos termos preconceituosos, ofensivos de qualquer natureza, palavrões e injúrias, calúnias e difamações."

 
Top